Alguma coisa mudou




Há duas semanas atrás eu conheci um rapaz. Quando ele me olhou e sorriu eu sorri de volta e então ele me chamou para sair e eu aceitei. Ele me levou para assistir um filme do qual eu já nem lembro mais o nome e a história. Desde quando isso começou acontecer? Eu que sempre fui fã de grandes histórias não estava nem aí para o que a protagonista dizia. Alguma coisa tinha mudado - e não era só a companhia. Deve ter sido aquela viagem de três meses longe de casa. Acho que o verão solitário me fez mais mulher e deixou meus medos lá. Ou pelo menos a maioria. 

No segundo encontro eu já não me reconhecia mais. Me olhei no espelho e que sorriso era aquele, quando foi que eu tive tanto brilho no olhar? Sem nem perceber eu estava me deixando cativar. Estava ignorando todas as lições anteriores e dobrando o risco de me machucar, porque eu já sei como funciona quando me permito gostar de alguém. O pequeno príncipe também me deixou em alerta. Quando a gente gosta corre o risco de chorar um pouco - ou até demais.

Mas eu também lembrei de você. Vocês são parecidos e ao mesmo tempo tão diferentes. Digo, ele também é alto, forte, bonito e possui a mania de dirigir alisando minha coxa, só que ele não tem medo de mostrar o que está sentindo, de se envolver e de me querer. Já você me afastou por tanto tempo que quando me quis eu já nem queria tanto assim. Ah, ele também me levou para caminhar em frente ao mar e olha que ele nem imagina que o mar é uma das minhas coisas favoritas desse mundo. E você sabia, mas demorou tempo demais para isso.

Não pense que estou escrevendo para dizer como ele é ou o que vem fazendo. Muito menos para falar de você. Estou fazendo isso por mim. Sabe como é difícil ter o coração quebrado e mesmo assim ter que seguir em frente? Você sabe sim. Aliás bem mais que eu ou qualquer um. Você fez isso tão rápido, em pouco tempo já tinha outro alguém, mas mesmo assim continuou me fazendo sentir falta. Para que diabos você apareceu naquele dia? Eu já estava bem e sabe, tem uma coisa que não consigo entender. Se eu nem sinto mais sua falta, por que ainda dói quando falo de você?

Já não importa mais. Vou continuando, mesmo com essas perguntas não respondidas - e que provavelmente nunca serão. Também fico aguardando ansiosa os próximos capítulos. Creio que finalmente o gelo do meu coração se derreteu e se pudesse dar um conselho diria: permita-se. Depois que aprendi vi que se tivesse feito isso anos atrás tudo teria sido diferente.

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