Não foi nada cinematográfico. Nenhuma música tocando ao fundo, nenhum pôr do sol dramático. Só uma notificação tímida no celular, no meio da tarde, com um nome que eu nunca tinha visto antes.
Estranho como certas palavras chegam na vida da gente sem pedir licença e, ainda assim, parecem já ter um lugar reservado. Li aquele nome como quem prova um sabor novo. Primeiro com curiosidade, depois com um sorriso disfarçado.
A mensagem não era longa. Não precisava ser. Tinha algo ali, escondido entre as letras e o fuso horário, que me fez prestar mais atenção. Talvez fosse a forma como você começou, ou o jeito meio desajeitado de juntar as palavras, como se estivesse tateando no escuro para encontrar o tom certo.
A verdade é que eu não esperava nada. Não esperava que um nome estrangeiro pudesse caber tão rápido nas minhas conversas diárias, que seu sotaque pudesse atravessar a tela e criar uma familiaridade estranha. Não esperava que, de repente, minha tarde tivesse virado prólogo de uma história.
E, desde aquele instante, você deixou de ser só um nome na minha tela. Virou pausa no meu dia. Virou curiosidade. Virou começo.
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