Rapaz do Ășltimo andar

 No Ășltimo andar, no ponto mais alto do edifĂ­cio, morava um rapaz envolto em mistĂ©rios e encantos. Seu apartamento era um refĂșgio verdejante, um oĂĄsis urbano onde as plantas dançavam ao ritmo suave do vento e o perfume das plantas se misturava ao cenĂĄrio urbano.

Conheci ele em um daqueles encontros casuais que a vida nos reserva. Seus olhos eram como janelas para um mundo secreto, e sua voz, uma melodia que ecoava nos meus cantos mais profundos. À medida que compartilhĂĄvamos nossos sonhos, medos e conhecimentos, descobri um universo fascinante dentro daquele rapaz do Ășltimo andar.

Nossos dias tornaram-se uma sinfonia de risos, beijos roubados e toques suaves que criavam memórias em minha pele. Naquele terraço florido, nossos coraçÔes se entrelaçavam como os ramos das plantas que testemunhavam nosso amor, ou apenas o meu. Cada pÎr do sol era uma promessa de eternidade, e cada noite, sob as estrelas, éramos os protagonistas de uma história que só o destino poderia ter escrito.

Assim como o vento que balança as folhas das ĂĄrvores, sua presença começou a se tornar cada vez mais efĂȘmera. A doçura dos beijos deu lugar ao silĂȘncio e aos vazios deixados pelas palavras nĂŁo ditas. Um dia, sem aviso, ele desapareceu, como se o terraço que cultivamos juntos fosse apenas um sonho fugaz.

O ghosting tornou-se a sombra que pairava sobre aquele Ășltimo andar, e o eco do seu silĂȘncio era ensurdecedor. As plantas continuavam a crescer, mas o jardim que se ciou dentro de mim começou a murchar na ausĂȘncia daquele que um dia foi o guardiĂŁo do meu coração.

O terraço, que foi repleto de promessas e suspiros, agora era um testemunho silencioso de um amor perdido. As plantas, antes tĂŁo vivas, pareciam suspirar sob o peso da solidĂŁo. No Ășltimo apartamento do andar, restava apenas a lembrança de um rapaz que compartilhou seu mundo comigo, mas que desapareceu como a nĂ©voa da manhĂŁ diante do sol nascente.

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