A gente cansa



Hoje eu te vi. Sei que não do jeito que gostaria, mas vi. E depois de todo esse tempo foi como se a última vez tivesse sido ontem. Meu coração disparou e eu congelei por alguns minutos, mas você... ah, você não me viu, nem pôde me olhar de volta, sorrir e sentir o estômago revirar. Fico pensando como isso acontece, quão tola eu fui e ainda sou.

Lá estava você chorando e insistindo para ela ficar - engraçado para quem me deixou ir embora sem nem tentar impedir. Confesso que uma lágrima escapou. Não de raiva ou inveja, mas de tristeza. Eu voltei no tempo, nas nossas lembranças. Eu já estive naquele lugar, naquele posto. Já ouvi todo aquele romantismo barato e bonito e agora você repete tudo para ela. 'Para ela'. Tive que respirar fundo e levantar a cabeça. Não fui culpada disso nem me sinto mais assim, afinal a porta sempre esteve aberta, você que quis fechar. Só que um dia a gente cansa de esperar quem não quer vim. De pedir a quem não quer dar, de implorar quando o melhor a fazer é seguir em frente.

Agora eu entendo que as lembranças são um forte abraço do que já foi e não volta mais, do que não deve repetir e a gente não deve se agarrar. Nem a elas, nem a ninguém. Precisamos nos prender primeiro para então prender alguém. É preciso muito amor próprio, principalmente depois de ter o coração partido mais de uma vez pela mesma pessoa que um dia chegou a dizer que te amou.

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