Estávamos bêbados, mas não na parte que você fica alegre e sorridente, já estávamos na parte em que o cansaço falava mais alto, e a brisa já se confundia com o sono e a moleza pura. Estávamos conscientes mas não estávamos exatamente ali. É como se fosse um mundo paralelo, difícil de definir. Achamos um canto, numa poltrona, nos beijamos pelo menos por uns quinze minutos sem parar, eu nem tinha mais fôlego, meu fôlego era o beijo dele. Eu estava consciente porque me encontrei em seu beijo, e ele me sustentava, me deixava acordada e animada, eu poderia ficar ali a noite toda, e ele também, estávamos na mesma sintonia. O nosso beijo foi interrompido por um cansaço tremendo, simplesmente encostamos a cabeça um no outro e dormimos, juntos, tenho certeza que ele até sonhou... Eu não me lembro porque para mim estar ali era uma mistura de sonho com realidade, de tão cansada e ao mesmo tempo contente que eu estava. Era aquela sensação de: eu não quero ir embora, por favor, não me acorde, vamos ficar aqui até nos expulsarmos. Até não lembrarmos mais nossos nomes, vamos ficar porque simplesmente não queremos ir embora, porque ficar junto é melhor que ficar separado.
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