Journal de bad




















Houve um tempo em que eu tinha vergonha. Sabe aqueles dias em que a gente precisa tirar foto pra carteirinha da escola? Então, eu me matava de medo, de vergonha mesmo. Aquelas coisas que a gente acha que vão arruinar nossa vida. Mas era só uma foto. Na época eu não entendia como era rápido o processo de uma fotografia, e achava que ia doer na pele, sei lá.
Isso era tão estranho quanto o medo que eu tinha de escrever. Minhas redações eram trancadas a sete chaves, e AI de quem ousasse ler. Eu achava que não seria tão boa em algo, e guardava para mim aquilo que queria e insistia em sair pela ponta da caneta. Porque eu não gostava de digitar. Eu gostava de escrever, apagar, ver como a minha letra saía e tal. 

O tempo passou e hoje sou jornalista. E sim, eu ainda tenho um pouco de vergonha de escrever. Na verdade, aprendi que escrever alivia todos os meus males e todos os meus pesares. É como se o papel (ou o word) tivesse voz e soubesse me dizer, na medida certa, o que eu preciso para ser feliz. E ah, sempre funciona.
Escrever acalma, me deixa feliz e me dá forças para continuar querendo tudo o que quis até agora. Mesmo que eu não saiba onde tudo vai dar, é melhor quando eu sei que tenho algo me ajudando a pelo menos crer que vai ficar tudo bem.

Escrever alivia, e quem cala (con)sente. Sente tanto que, um dia, tudo transborda. 
E vai parar no papel. 

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