Sobre seguir em frente!


Cerca de nove meses atrás, eu cai  um tombo de bicicleta e detonei meu joelho esquerdo em uma calçada de pedra brita.
Inicialmente achei ser um corte superficial, mas tomei uns seis pontos, que além de doer pra caceta me custaram uns 15 dias de recuperação, e de brinde uma "belíssima" cicatriz (mais uma pra coleção).
O engraçado, é que mesmo depois de todo esse tempo, todas as vezes em que eu tento firmar meu joelho no chão, ou exercer algo que demande um um esforço maior. Dói...
Se eu bato sem querer, ou toco com rispidez na cicatriz, eu quase morro.
Minha melhor saída tem sido mudar de posição, e tomar devido cuidado para não sair dando joelhadas por aí, pois apesar de ter cicatrizado é uma contusão recente, o processo de cicatrização nunca termina antes de seis meses em qualquer que seja o tecido. E em alguns casos, pode levar até um ano.

Há sempre um bom motivo para escrever, e no caso do meu joelho,  me rendeu uma bela analogia de como direcionar os carmas da vida !

Qual é a sua capacidade de conviver com seu passado?
Sério! Quase todo santo dia eu me pergunto isso, e não é uma pergunta tão simples de ser respondida, afinal, cada um de nós carrega consigo alguma experiência tão forte, que quando trazida a tona, pode causar tamanho incômodo, desconforto ou extensas ondas de emoções. Como lidar?
Não eu não sou psicóloga, e devo admitir que como um ser humano sujeito a tombos e dores também sou uma amante insensata do viver.
Me submeto diariamente a diversas experiências. Excelentes, boas e outras não tão boas assim, mas gosto desse enigma.
Existem momentos em que minha maior concentração se da nos tombos que eu ja cai nessa extensa jornada chamada vida...
Há noites e madrugadas que eu apalpo, até sentir a textura e espessura de cada cicatriz adquirida ao longo dos anos.
São lembranças em forma de lágrimas, sorrisos, pesares e regozijes. Detalhes e precisão dos momentos e dos motivos que me levaram a adquiri-las.
Durante tal exercício já desabei em lágrimas. E há dias em que dói tanto... Não me envergonho de admitir, e nem me sinto fracassada por isso.
Sim! Eu lembro de cada momento, anos, dias e horas antecedentes ao ocorrido.
E num dias desses cheguei a simples conclusão de que "cicatrizes"  se atrelam ao verdadeiro sinônimo de PERMITIR-SE. E é isso que eu faço.
Me permito viver cada segundo, e quanto ao desfecho, anexo como experiência.
Assim como dói, passa! E se não passar eu me readapto por pura força de vontade.

Caro leitor. Eu sei que você deve estar aí, se identificando com tudo, ou grande parte do que eu escrevi.
Ou talvez esteja se perguntando: _Como?
Tenho certeza de que assim como eu, você gostaria de se desfazer de algumas marcas que ainda lhe remetem a dor, perda ou ao fracasso.
Mas posso te contar uma coisa? As crianças mais felizes do mundo, já se machucaram e adquiriram marcas, rasgos e CICATRIZES, justamente por estarem fazendo algo do qual elas queriam muito, e isso independente dos riscos ou resultados...
Não acredito em regras, muito menos que exista uma maneira certa ou errada de viver e direcionar a vida.
Mas eu te pergunto: _Alguma criança deixou de brincar só porquê se machucou? Não!
E muito menos eu! Eu não pretendo parar de andar de bicicleta.
Retomo a pergunta: _Qual é a sua capacidade de conviver com seu passado?
O Passado passou!
Pode parecer uma frase clichê, mas o tempo e o mundo não param pra que a gente se recomponha.
Somos os únicos responsáveis entre ficar preso as dores, lágrimas e lembranças ou a escolhermos um novo rumo a seguir.
O hoje é hoje, o agora é agora.
Então OUSE. Permita-se!
E se cair de novo levanta, e vai... Só vai!

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