Eu não sei jogar


Recentemente, me peguei refletindo sobre como, muitas vezes, as pessoas se iludem acreditando que precisam de algo — ou de alguém. Na verdade, elas acabam sentindo uma pressão constante de provar ao mundo “que podem, que conseguem”. Mostrar que somos capazes de alcançar algo não é ruim, mas precisamos ter cuidado em alguns aspectos. Quando se trata de relacionamentos, a dinâmica muda completamente. Não precisamos entrar no jogo da conquista. Ainda assim, às vezes deixamos de responder uma mensagem ou atender uma ligação para não parecermos disponíveis demais, como se isso fosse o maior sinal de amor-próprio que poderíamos demonstrar.

Algumas pessoas já me disseram que preciso me jogar mais para o amor. Mas a verdade é que eu simplesmente não tenho paciência — e, talvez, nem idade — para joguinhos de sedução. Já passei da fase de fingir desinteresse ou de medir sentimentos. Orgulho e amor-próprio são coisas diferentes, com significados próprios.

Eu prezo pela liberdade de agir conforme minha vontade, sem perder as oportunidades de me entregar e de receber. Sou do tipo que elogia um sorriso, valoriza uma boa companhia, liga só para ouvir a voz, mesmo que a conversa seja sobre algo trivial como a previsão do tempo. Não hesito em fazer um convite, sem medo do “não”. Para mim, um “não posso esta semana, quem sabe na próxima depois do trabalho” já é suficiente para manter a esperança viva.

Com o tempo, aprendi com as minhas experiências e amadureci. Sempre digo: se estou interessado, a pessoa vai saber. Não posso controlar como ela vai reagir, mas sei que fiz minha parte com sinceridade.

É verdade que meu jeito direto de não jogar, de ser transparente, já me magoou algumas vezes, trouxe decepções em outras e rendeu muitas histórias. Por outro lado, também me afastou de quem não merecia o meu amor genuíno. E isso faz parte da vida.

Eu sei o quanto é difícil abrir o coração, especialmente porque, hoje em dia, a sinceridade parece ser algo pouco valorizado. Mas eu prefiro ser verdadeiro, sem rodeios. No fim das contas, ser honesto dá menos trabalho e causa menos sofrimento.

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