Sobre o fora que eu não consegui te dar



Você me olhou por cima dos óculos, com aquela cara de pau que você não faz a miníma questão de esconder, pediu para que eu pensasse com carinho, e foi me puxando para perto, ignorando tudo que eu tinha acabado de falar naqueles últimos sete minutos. Qual é o seu super poder? Porque sério, isso não é coisa de gente normal. Você conseguiu fazer toda aquela raiva simplesmente sumir de dentro de mim, você fez eu querer sua boca na minha e me fez implorar para você passar a noite aqui em casa. Eu realmente não entendo, mas que eu odeio isso, eu odeio. Eu só queria conseguir mandar você pro raio que o parta, dizer que tudo acabou de uma vez, dizer que eu tô com outro e que semana que vem vamos fazer uma viagem super romântica para Paris. Mas minha mãe sempre me disse que mentir é feio, diferente de você, que é lindo, muito lindo, incrivelmente lindo e... eu só sinto mais raiva por causa disso. Pra que sussurrar no meu ouvido quando eu tô tentando te mandar embora? Ou pegar na minha cintura e dizer que eu estou linda quando eu tô querendo muito que tu suma da minha frente? 

Sempre me considerei uma mina forte, que consegue controlar sentimentos e que nunca se deixa dominar por um cara babaca, mas me diz, o que aconteceu comigo quando você decidiu aparecer? Afinal, por que raios você apareceu? Por que você foi gostar daquela menina sem jeito que tinha acabado de derrubar toda a bebida no vestido da amiga? Por que você foi se dar o trabalho de ir lá e dizer "Calma, tá tudo bem, é só um vestido." O que você tinha a ver com aquilo? Seu intrometido! E pra que pedir meu número de telefone? Tinha tanta mina mais gata, com peito, bunda e tudo que um cara procura numa balada. Mas você fez questão de me escolher, de olhar e dizer: é ela. Mas me desculpa, não sou eu, mas não sou eu mesmo. E já que não consigo te dizer isso sem você usar uma de suas táticas, eu escrevo, quem sabe assim, você entenda: eu não sou sua, eu sou minha, e a partir de agora, sou livre. 

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